A revolução do BIM nas licitações públicas: como a nova lei de licitações está transformando a engenharia e arquitetura no Brasil

Revisado em 22 de janeiro de 2024

Quando pensamos em construção civil, frequentemente imaginamos arquitetos com seus desenhos e engenheiros em meio a cálculos complexos. Mas, você já ouviu falar em BIM?

BIM significa “Modelagem de Informações da Construção” (em inglês, Building Information Modeling). É como se fosse um software super avançado que ajuda a criar modelos digitais detalhados de uma construção.

Pense nisso como um “SimCity” da vida real, onde cada detalhe da construção, desde a fundação até o telhado, é mapeado digitalmente. Agora, imagine que o governo quer construir uma escola.

Antigamente, ele receberia muitos papéis com desenhos e cálculos. Com o BIM, tudo fica mais moderno e organizado. É possível ver no computador como a escola vai ficar, quanto vai custar e até prever problemas antes de começarem a construir de verdade.

Atualização nas regras de licitações

Em 2021, o Brasil atualizou suas regras sobre como o governo deve fazer compras e contratações, chamadas de licitações.

A nova Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 14.133/21) trouxe uma grande novidade: ela pede que o BIM seja usado nessas construções do governo. Isso é importante porque significa que as obras públicas, como escolas, hospitais e pontes, vão ser planejadas de um jeito mais eficiente e transparente.

A Lei 14.133/2 pontua que:

“Art. 19 Os órgãos da Administração com competências regulamentares relativas às atividades de administração de materiais, de obras e serviços e de licitações e contratos deverão:

§ 3º Nas licitações de obras e serviços de engenharia e arquitetura, sempre que adequada ao objeto da licitação, será preferencialmente adotada a Modelagem da Informação da Construção (Building Information Modelling- BIM) ou tecnologias e processos integrados similares ou mais avançados que venham a substituí-la.”

Neste artigo, vamos explorar como essa mudança na lei está fazendo uma verdadeira revolução na forma como as construções públicas são planejadas e executadas no Brasil.

Também entenderemos melhor o que é o BIM, como ele funciona e por que ele é tão importante para um futuro onde as construções sejam feitas de forma mais rápida, econômica e com menos erros.

Continue acompanhando o conteúdo!

Evolução do BIM no Brasil

A história do BIM no Brasil é como uma jornada de crescimento e descobertas. Antes de tudo, vamos entender o que é o BIM. 

Imaginem uma ferramenta digital que permite criar modelos virtuais de construções, mostrando cada detalhe, desde canos de água até a cor das paredes. Essa ferramenta é o BIM, e ela mudou a forma como pensamos sobre construir.

Quando surgiu o BIM no Brasil?

A aventura do BIM no Brasil começou antes de 2010, mas era como um segredo bem guardado entre alguns profissionais da construção. Eles já sabiam que essa ferramenta poderia fazer maravilhas, mas ainda não era popular.

O reconhecimento oficial

Em 2018, o governo brasileiro deu um grande passo. Ele publicou o decreto federal nº 9.377, revogado pelo Decreto 9.983/2019, que é como se fosse um grande “Olá” para o BIM. 

Este decreto mostrou que o governo estava levando a sério o uso do BIM. Era como dizer: “Vamos usar essa ferramenta incrível para construir melhor”.

O que é a estratégia BIM BR?

Esse decreto fazia parte de algo maior, chamado Estratégia BIM BR. Pense nisso como um plano de ação para fazer com que mais e mais construções no Brasil usem o BIM. 

A ideia era espalhar a palavra sobre o BIM e mostrar como ele pode ajudar a construir de forma mais inteligente e eficiente.

A Nova Lei de Licitações

Avançando para 2021, entrou em cena a nova Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 14.133/21). Essa lei foi como um grande impulso para o BIM. Ela não apenas recomendou, mas praticamente disse: “Daqui para frente, vamos usar o BIM em muitos dos nossos projetos de construção pública”.

Isso significa que, para construir coisas como escolas, hospitais e estradas, o BIM passa a ser uma ferramenta essencial.

O impacto do BIM

Desde então, o BIM começou a se tornar parte da rotina de muitos arquitetos, engenheiros e construtores no Brasil. Eles estão descobrindo como essa tecnologia pode economizar tempo e dinheiro, evitando erros e problemas que só seriam vistos quando a construção já estivesse acontecendo de verdade.

Olhando para o futuro

Hoje, estamos em um ponto da jornada onde o BIM já é uma realidade em muitas construções. E com o apoio da lei, espera-se que essa ferramenta continue a transformar a forma como construímos no Brasil, tornando tudo mais eficiente, sustentável e inovador.

Impacto da Nova Lei de Licitações no uso do BIM

Quando falamos sobre o impacto da Nova Lei de Licitações no uso do BIM, estamos basicamente explorando como uma nova regra mudou o jogo no mundo da construção civil.

Em 2021, o Brasil adotou a nova Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 14.133/21). Essa lei veio como um vento de mudança, especialmente para o BIM. Antes dela, o uso do BIM era como um ótimo conselho – muito bom de seguir, mas não obrigatório.

A nova lei não só menciona o BIM, mas o coloca como um protagonista. Ela diz, de forma clara, que para muitos projetos de construção pública, o uso do BIM é essencial. É como se a lei dissesse: “Para construir bem e com qualidade, vamos usar o BIM”.

Qual é a importância do BIM?

Imagine que você está montando um quebra-cabeça, mas algumas peças estão escondidas e só aparecem quando você já montou grande parte dele. 

Frustrante, certo? 

Sem o BIM, a construção civil era um pouco assim. Problemas apareciam no meio do caminho, causando atrasos e gastos extras. Com o BIM, no entanto, é como ter todas as peças do quebra-cabeça visíveis desde o início.

Quais os impactos das normas BIM no desenvolvimento de um projeto?

Na prática, essa lei significa que os projetos públicos, como a construção de escolas, hospitais e infraestrutura, serão mais bem planejados e executados. 

O BIM permite visualizar tudo digitalmente antes de uma pá de terra ser movida. Isso ajuda a evitar erros, reduzir custos e garantir que o resultado final seja exatamente o que foi planejado.

Somado a isso, com a nova lei, o futuro das construções públicas no Brasil parece mais eficiente e transparente. O BIM permite um controle maior sobre todo o processo, desde o custo até a sustentabilidade das obras. Isso é ótimo tanto para quem constrói quanto para quem vai usar esses espaços no futuro.

Quais os principais benefícios do uso do BIM para obras públicas?

Quando se trata de construir infraestruturas públicas como escolas, hospitais e estradas, a eficiência e precisão são fundamentais. Aqui, exploramos como o BIM está trazendo benefícios significativos para a gestão pública.

Visualização e planejamento precisos

O BIM permite que os gestores públicos vejam cada detalhe de uma obra antes mesmo de ela começar. É como ter uma máquina do tempo que mostra o futuro da construção.

Com essa visão clara, é possível planejar melhor, evitar surpresas desagradáveis e garantir que tudo saia conforme o planejado.

Redução de custos e otimização de recursos

Um dos grandes desafios na gestão pública é fazer mais com menos. O BIM entra como um aliado nesse desafio. 

Com ele, é possível identificar onde economizar materiais e recursos, além de prever e evitar desperdícios. Em outras palavras, o BIM ajuda a esticar cada real do orçamento público.

Melhoria na comunicação e colaboração

O BIM facilita a comunicação entre todos os envolvidos na obra, desde engenheiros até autoridades públicas.

Com modelos digitais claros e detalhados, fica mais fácil para todos entenderem o projeto e trabalharem juntos. É como ter um idioma comum que todos na construção falam.

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Hoje, pensar em sustentabilidade não é mais opcional, é uma necessidade. O BIM ajuda a planejar construções mais sustentáveis, avaliando o impacto ambiental e buscando soluções que respeitem nosso planeta. Assim, as obras públicas podem se tornar exemplos de responsabilidade ambiental.

Agilidade e qualidade nas obras

Com o BIM, as obras podem avançar mais rapidamente e com menos erros, pois muitos problemas são resolvidos ainda na fase de planejamento. Isso significa que as construções públicas podem ser entregues mais rápido e com a qualidade que a população merece.

O BIM está revolucionando a forma como as obras públicas são planejadas e realizadas no Brasil.

Além disso, com benefícios como redução de custos, melhoria na comunicação, sustentabilidade e agilidade, o BIM está se tornando uma ferramenta indispensável para uma gestão pública mais eficiente e responsável.

Quais os desafios do BIM na Gestão Pública?

O uso do BIM nas licitações públicas é como uma nova era na construção civil. Mas, como em qualquer grande mudança, existem desafios a serem enfrentados e também muitas oportunidades para o futuro.

Confira a seguir os principais desafios do BIM em detalhes.

Treinamento e capacitação

Um dos maiores desafios é garantir que os profissionais envolvidos nas obras públicas estejam bem treinados para usar o BIM. É como aprender a pilotar um avião moderno: requer treinamento específico e prática.

Investimento em tecnologia

Para que o BIM seja efetivamente usado, é necessário investir em tecnologia. Isso inclui softwares, hardwares e a infraestrutura necessária. Em um cenário de orçamentos apertados, esse pode ser um grande desafio.

Cultura de mudança

Adotar o BIM significa mudar a maneira como as coisas sempre foram feitas. Isso requer uma mudança cultural, tanto no setor público quanto no privado, que pode levar tempo e enfrentar resistências. 

Quais as perspectivas futuras com o BIM?

Existem algumas perspectivas relacionadas ao BIM, cada uma delas com as suas particularidades. Entenda a seguir.

Obras públicas mais eficientes

A longo prazo, o uso do BIM promete tornar as obras públicas mais eficientes, econômicas e sustentáveis. Isso significa melhores escolas, hospitais e infraestruturas para todos.

Inovação e desenvolvimento tecnológico

Com a adoção do BIM, espera-se um impulso na inovação e no desenvolvimento tecnológico no setor de construção civil.

Transparência e governança

O BIM pode trazer mais transparência para as obras públicas, permitindo um melhor acompanhamento e controle por parte da população e dos órgãos de fiscalização.

Adaptação às necessidades futuras

À medida que as cidades e necessidades da população mudam, o BIM pode ajudar a adaptar as construções de forma mais ágil e eficiente, antecipando tendências e necessidades futuras.

Embora existam desafios, o futuro com o BIM nas licitações públicas é promissor. Estamos caminhando para um cenário onde as construções públicas são mais eficientes, econômicas e alinhadas com as necessidades da sociedade. 

O BIM não é apenas uma ferramenta, é um caminho para um futuro mais inovador e sustentável na construção civil. 

Conclusão

A adoção do BIM nas licitações públicas no Brasil representa muito mais do que uma simples mudança tecnológica; é um passo significativo rumo à modernização e à inovação no setor de construção civil. 

A integração do BIM nas práticas de licitação é um reflexo do compromisso com a eficiência, transparência e sustentabilidade, elementos cruciais para o desenvolvimento de uma infraestrutura pública de qualidade.

A importância do BIM vai além de facilitar a construção de estruturas físicas. Ele representa uma nova filosofia de trabalho, onde a precisão, a previsibilidade e a colaboração estão no centro de cada projeto. 

Com o BIM, é possível visualizar o futuro de uma construção, planejar cada etapa com maior precisão e executar obras com maior confiança e controle.

Olhando para o futuro, a integração do BIM nas licitações públicas sinaliza uma era promissora para a engenharia e arquitetura no Brasil. Espera-se que essa tecnologia não só melhore a qualidade das construções públicas, mas também inspire inovações e avanços em todo o setor. 

A adoção do BIM é um convite para explorar novas possibilidades, abraçar a mudança e construir um legado de infraestruturas públicas que sejam não apenas funcionais, mas também sustentáveis e adaptáveis às necessidades futuras da sociedade.

Em suma, o BIM não é apenas uma ferramenta para a construção do presente; é a chave para desbloquear o potencial da engenharia e arquitetura do futuro no Brasil, tornando possível a realização de projetos que se alinham com as aspirações e desafios de uma nação em constante evolução.

Referências

  • Jornal de Pindamonhangaba. “Nova Lei de Licitações passou a vigorar em 2024”. Disponível em: https://jornalpp.com.br/ 
  • Sinaenco. “Marcos legislativos devem impulsionar avanço das tecnologias BIM em 2024”. Disponível em: https://sinaenco.com.br/ 
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Marcos Antonio Silva

Graduado em Química Industrial, Pós-Graduado em Gestão Empresarial, Pós-Graduando em Licitações e Contratos Administrativos, Consultor na área de Licitações e Contratos desde 2010, Participando de Licitações Públicas desde 1988.

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